Dezesseis anos depois, o basquete masculino brasileiro pode bater no peito e dizer: “Estamos nas Olimpíadas”. Bastante elogiada pelo desempenho em amistosos na fase de preparação, a seleção brasileira desembarcou nesta segunda-feira no Aeroporto de Heathrow, em Londres, com uma mistura de alívio por finalmente encerrar um jejum que vinha desde Atlanta-1996 e confiança em um retorno também ao pódio, o que não acontece desde o bronze em Tóquio-1964.
Encabeçado pelo argentino Ruben Magnano, a delegação apareceu no setor de desembarque no início da noite londrina e já no primeiro ato ficaram evidentes a importância e a liderança do treinador. Assim que viu o batalhão de jornalistas no local, ele virou-se para o grupo e ordenou:
- Pessoal, vamos atender a imprensa aqui por cinco minutos e depois seguimos nosso caminho.
O contato durou bem mais. Diante do atraso do ônibus da organização dos Jogos, Tiago Splitter, Nenê, Leandrinho, Varejão e companhia ficaram por cerca de meia hora “de bobeira” no aeroporto e puderam falar bastante da felicidade e perspectivas para Londres-2012.
- É bom demais. Está todo mundo com uma expectativa enorme, feliz e ansioso por estarmos aqui representando o nosso país. A equipe vem preparada. Demonstramos nos últimos anos que estamos no nível de todos os outros e vamos brigar por medalha – declarou Splitter.
O grupo brasileiro iniciou no dia 10 de junho a preparação que contou nas últimas semanas com amistosos contra EUA, França e Austrália, este último o único com vitória. Campeão olímpico com a Argentina em Atenas-2004, Magnano tem aproveitado a experiência olímpica para deixar o elenco tranquilo, mas ressalta que também é importante que cada um viva toda a atmosfera dos Jogos.
- Estamos passando muita confiança para eles. São jogadores que jogam em um nível muito importante, seja na NBA ou na NBB. Os Jogos Olímpicos são algo especial e os mais experientes têm que passar para os mais jovens que devem desfrutar desse momento.
Colocar o Brasil novamente nas Olimpíadas após ausências em Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008, por sua vez, não é o bastante. Um dos principais jogadores do elenco, Leandrinho tem metas mais ambiciosas.
- Estamos muito felizes, mas temos que ter em mente que não pode ser só o fato de estarmos aqui. Temos um objetivo, uma meta, e do jeito que estamos, com o time completo, as chances são grandes. Sei que vamos enfrentar barreiras, mas nada é impossível.
Marcelinho Huertas repetiu o discurso e usou a derrota apertada para os americanos (80 x 69), há uma semana, em Washington, como justificativa para ter confiança.
- O jogo contra os EUA mostrou que podemos brigar de igual para igual. Claro que o time deles é o favorito indiscutível, sabemos disso, mas não vamos fugir de nenhum tipo de jogo, de luta, de briga. Vamos encarar todo mundo. A competição é muito igualada, a nata do basquete mundial está aqui.
O Brasil chegou a Londres depois de uma maratona de mais de oito horas, que começou em Estrasburgo, na França, e passou por Frankfurt, na Alemanha. No próximo dia 26, a equipe faz um amistoso com portas fechadas diante da Tunísia, e estreia nas Olimpíadas no dia 29, contra a Austrália, na Arena do Basquete, no Parque Olímpico.
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