Técnicos do município de Itaperuna, no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, calcularam os prejuízos ocasionados pelas enchentes que assolaram a cidade no início do mês de janeiro. Inúmeros bairros e distritos foram bastante prejudicados em razão da força das águas, que destruiu o que encontrou pela frente. Encostas cederam e ainda existem pontos de riscos espalhados pela cidade.
A Secretaria Municipal de Ação Social, Trabalho e Habitação estima que seus gastos foram na ordem de R$ 150 mil. Além da perda de equipamentos em diversas sedes de programas (como Bolsa Família, Peti e outros), a estrutura dessas sedes ficaram danificadas. Ainda houve gastos com combustível, comunicação, alimentação da equipe em campo, gastos com infra-estrutura (luz, água e aluguel), material humano e outros.
Aproximadamente 10 mil famílias que são acompanhadas nos Centros de Referência de Assistência Social e pelo Programa Bolsa Família tiveram seus atendimentos suspensos, bem como cerca de 200 casos de violência familiar acompanhados pelos CIAM (Centro Integrado de Atendimento à Mulher). Cerca de 160 funcionários da Secretaria ficaram à disposição da Coordenação da Defesa Civil.
Agronegócio: perda de R$ 20 milhões
Um dos segmentos que mais sofreram com as enchentes foi o agronegócio. O levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Agricultura apontou danos físicos e financeiros em conseqüência das chuvas, alagamentos, erosão do solo, deslocamento de barreiras, danos às estradas vicinais, dentre outros.
O município possui 1.200 km de estradas vicinais, 1.800 produtores rurais (80 % familiares) e cerca de 30.000 pessoas residindo na zona rural, que dependem do atendimento da prefeitura. Vale ressaltar que 90% das estradas vicinais se encontram intransitáveis, dificultando o direito de ir e vir da população rural.
Houve perdas relacionadas aos bovinos, eqüinos, suínos, ovinos, caprinos e aves, através de mortes por afogamento e morte por traumas, levando à infecção. Também ocorreram queda de produção; queda na produção de volumoso e grãos ocorridos pelos alagamentos prolongados; rompimento de tanques; comprometimento do ecossistema; e muito mais. O Departamento de Campo da Secretaria de Agricultura ainda identificou perdas total e parcial na produção de milho, arroz, feijão, frutas, hortaliças, leite e carnes.
Somente entre pontes danificadas ou destruídas, bueiros destruídos, estradas vicinais danificadas ou destruídas, residências rurais destruídas total ou parcialmente, estima-se um prejuízo na ordem de R$ 3 milhões. Já os prejuízos no que concerne à cultura de grãos e leguminosas, fruticultura, hortaliças, leite, cana-de-açúcar, piscicultura, perda de animais de grande e pequeno porte, dentre outros prejuízos, estima-se uma perda na ordem de R$ 17 milhões. Segundo dados da Secretaria Municipal de Agricultura os prejuízos no setor ultrapassam um pouco mais o valor de R$ 20 milhões.
Ruas destruídas pelas águas
Ruas danificadas, despesas com transportes e intervenção em área de risco: inúmeras ruas nos distritos, bem como em diversos bairros, foram bastante danificadas. Paralelos foram arrancados com as cheias; partes de asfalto foram destruídas; também ocorreram danos em sistema de drenagem, bueiros e outros. Esses prejuízos giram em torno de R$ 5 milhões. Já as despesas com transportes, combustível, manutenção e afins, foram de R$ 120 mil. A estimativa de valores para intervenção em áreas de alto risco, nos bairros e distritos, é de R$ 15 milhões para a construção de muros de contenção.
Prejuízos nas dependências da Secretaria de Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde também sofreu com as cheias. A estrutura física ficou bastante danificada e houve perda de equipamentos de informática, material de escritório, macas, armários e arquivos, medicamentos, dentre outros prejuízos. O total de perdas referente ao setor é de aproximadamente R$ 330 mil.
Ao todo, o município de Itaperuna teve um prejuízo de mais de R$ 40 milhões. Segundo o prefeito Fernando Fernandes, o Paulada, não dá para ficar lamentando as perdas. “A hora é de somarmos forças para vencer essa batalha. Nosso município sofreu muito com as cheias, mas vamos reconstruir. Com a ajuda de Deus, dos governos Estadual e Federal, e a colaboração de todos, vamos nos recuperar”, garante o prefeito.
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