Bombeiros que estão presos desde as 5h deste sábado (4) na Corregedoria da Polícia Militar, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, reclamaram que ficaram mais de 12 horas sem comer. Segundo o tenente Adilson Bandeira, que trabalha no rabecão (serviço de resgate de cadáver do Corpo de Bombeiros), a PM distribuiu um lanche por volta das 18h.
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- Não estão dando comida pra gente. Só me deram biscoito, maçã, banana e um copo de guaraná natural quente agora, à noite. Estamos aqui desde as 5h da manhã e não sabemos o motivo da prisão.
A reportagem do R7 tentou falar com a PM, mas não obteve resposta.
O sargento José Antonio Filho, que trabalha no Quartel de Cabo Frio, na região dos Lagos, veio dar apoio aos manifestantes que reivindicam melhores condições de trabalho e aumento salarial. Ele contou que foi detido quando prestava socorro às vítimas atingidas durante a confusão no Quartel Central, no centro do Rio.
- Eu sou contra violência. Eu saí de Cabo Frio para dar apoio às reivindicações. Fui preso enquanto socorria pessoas que foram atingidas por bombas. Estamos sendo acusados de motim, mas isso não é verdade.
Segundo o advogado do tenente Jorge Luiz de Freitas, José Ricardo Vasconcelos, ele só pôde entrar na Corregedoria da PM por volta das 18h30.
- Esta situação é ilegal desde o momento em que os advogados só puderam entrar há cerca de 20 minutos. Ainda não sabemos qual é a acusação.
Os bombeiros detidos continuavam no pátio da Corregedoria da PM por volta das 19h30 deste sábado. Muitos estavam presos dentro de ônibus e micro-ônibus da PM. De acordo com a instituição, a previsão é a de que estes agentes sejam transferidos para os quartéis da Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio, e de Charitas, em Niterói, na região metropolitana.
O Ministério Público estuda a possibilidade de denunciar os bombeiros que participaram do protesto de sexta e deste sábado por impedimento de socorro, dano ao patrimônio público e motim.
Cabral diz que não negocia com vândalos e exonera comandante dos bombeiros
O governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou a exoneração do então comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado, durante entrevista coletiva no início da tarde deste sábado. O cargo será ocupado pelo coronel Sérgio Simões, que é subsecretário de Defesa Civil da capital fluminense.
Cabral elogiou a atuação do coronel Pedro Machado à frente do Corpo de Bombeiros do Rio. Mas, segundo ele, Machado demonstrou "descontrole hierárquico" diante da crise que se abateu sobre a corporação.
- O descontrole hierárquico me obrigou a fazer essas mudanças. Mas agradeço ao coronel Pedro Machado pelo trabalho que desempenhou no Corpo de Bombeiros do Rio.
Ele chamou os bombeiros de vândalos e informou que eles vão responder criminalmente e administrativamente pelo episódio.
- São vândalos, irresponsáveis, que não irão de forma alguma prejudicar a imagem de uma instituição tão respeitada e querida pelo povo do Rio de Janeiro.
Manifestação atrapalha o trânsito
Cerca de 200 bombeiros faziam uma manifestação em Campo Grande, na zona oeste da capital fluminense, no final da tarde deste sábado. O protesto prejudicou o trânsito em várias ruas do bairro.
Corpo de Bombeiros diz que atendimento à população está normal
O Comando Geral do Corpo de Bombeiros esclareceu às 17h30 deste sábado (4) que a rotina de atendimento à população está mantida. Postos de salvamentos dos Grupamentos Marítimos, assim como quartéis, unidades de atendimento de urgências e emergências e serviços de socorro (combate a incêndios, salvamentos e desabamentos) estão operando normalmente.
Segundo a corporação, os substitutos dos bombeiros detidos pela Polícia Militar já assumiram seus postos desde o inicio desta manhã na troca normal de plantões.
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