A caminhada de Londres para os Jogos Olímpicos de 2012 começou em 2003, quando a capital inglesa e outras oito cidades se candidataram a sede. Madri, Paris, Nova York, Moscou, Havana, Istambul, Leipzig e Rio de Janeiro eram as outras concorrentes.
Após avaliações dos documentos entregues por cada cidade, o COI (Comitê Olímpico Internacional) eliminou em 2004 as quatro últimas, colocando Paris (nota 8,5) e Madri (8,3) como as principais favoritas para receber o evento.
Em seguida vieram as inspeções feitas por uma comitiva da entidade. Após as visitas de quatro dias em cada país, o órgão passou Londres à frente da capital espanhola. Os avaliadores ainda presenciaram dias de greve, protestos e caos em Paris.
No dia 6 de julho de 2005, em um encontro do COI em Singapura, tudo foi definido. O órgão deu seus veredictos e eliminou Moscou, Nova York e Madri, deixando as principais cidades da Inglaterra e da França em uma batalha palmo a palmo.
Por uma diferença de apenas quatro votos, Londres levou a melhor e se tornou sede das Olimpíadas de 2012. Meses depois, os franceses reagiram acusando a candidatura inglesa de corrupção (o famoso programa Panorama, da “BBC”, afirmou o mesmo).
O COI negou tudo e manteve a decisão. Todavia, algum tempo depois, membros acusados de venderem seus votos foram punidos e expulsos da entidade, numa tentativa de limpar a imagem ruim após o escândalo de suborno na eleição de Salt Lake City para as Olimpíadas de Inverno de 2002.
As qualidades e defeitos de Londres
A candidatura inglesa inicialmente não agradou ao COI. O órgão deu notas baixas para fatores como “opinião pública” (muitos ingleses se diziam contra o uso de dinheiro em estruturas esportivas, em vez de investimentos em saúde e educação) e “transporte público” (considerou o metrô e os ônibus londrinos antiquados e insuficientes).
As promessas da candidatura e uma avaliação positiva durante a inspeção de quatro dias, no entanto, mudaram a opinião do COI. Londres recebeu 10 na categoria “acomodações para os atletas”, e a garantia de que as obras ficariam prontas com muita antecedência também agradou.
A capital inglesa assegurou que não sobrariam “elefantes brancos” ao final dos Jogos Olímpicos, já que as novas arenas e estádios têm projetos para o futuro, em especial para o treinamento de novos atletas. No fim das contas, o COI deu o seguinte parecer:
“Londres propôs Jogos que vão proporcionar instalações de primeiro-mundo e ótimos serviços para os atletas, além de um legado para o esporte e para a comunidade. Mas enquanto o Parque Olímpico irá indubitavelmente deixar um forte legado esportivo e ambiental, a magnitude do projeto, incluindo a planejada expansão da rede de transporte, irá precisar de planejamento cuidadoso para assegurar que todas as instalações e projetos de reforma fiquem prontos a tempo.
A qualidade do ar em Londres no período em que os Jogos estão planejados é, na maioria das vezes, satisfatória. O aumento de poluição por monóxido e dióxido de carbono ainda é uma preocupação, mas a legislação e as ações estão sendo planejadas para corrigir esse problema.
Com sua rica história, a capacidade do esporte paraolímpico na Grã-Bretanha está entre as melhores do mundo. Os atletas também estão próximos do planejamento da Vila Olímpica, apesar do lado leste do complexo estar planejado para uma capacidade maior do que a desejada.”
O fim da festa
As comemorações na Inglaterra pela escolha de Londres para sede de 2012 duraram somente até o dia seguinte. Após a eleição de 6 de julho de 2005, a capital inglesa sofreu ataques terroristas no dia 7, interrompendo os serviços de transporte público e deixando 52 pessoas mortas e inúmeros feridos.
ABRIL
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