A operação de ocupação da Rocinha e do Vidigal começou às 2h30 deste domingo (13), quando as vias no entorno das duas comunidades foram fechado ao trânsito e policiais do Bope(Batalhão de Operações Policiais Especiais) e BPChoque (Batalhão de Choque) se posicionaram nos principais acessos. Às 4h10, 400 agentes entraram nas favelas.
Menos de duas horas depois, o chefe do Estado Maior da Polícia Militar, coronel Pinheiro Neto, informou que Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, vizinha às duas comunidades, estavam totalmente ocupadas. Não foi necessário disparar um único tiro.
Traficantes chegaram a jogar óleo nas principais ruas para impedir o avanço dos policiais. Mas tanto os blindados da Marinha, que se deslocam sobre esteiras, como os policiais conseguiram progredir sem dificuldades.
Após a retomada do território, dominado durante décadas por traficantes de drogas, policiais civis, militares, federais e rodoviários federais iniciaram uma varredura em matas e casas de moradores. O objetivo é localizar armas, drogas e bandidos. Os policiais federais também tentam cumprir 30 mandados de prisão contra traficantes da região.
Um homem foi preso no começo da ação. Contra ele havia dois mandados de prisão – um por tráfico de drogas e outro por roubo. Ele também era foragido da Justiça.
Às 9h30, homens do Bope apreenderam 13 armas - 11 delas fuzis - em área de mata da Rocinha. Duas dessas delas tinham adesivos de coelho e pertenceriam ao traficante de mesmo nome, preso na quarta-feira passada (9) tentando fugir da Rocinha com a ajuda de policiais.
Foram sete fuzis FAL 762, um fuzil parafal, dois fuzis AR15 e um fuzil desmontado. Também foram encontradas uma espingarda, uma metralhadora calibre 12, uma granada, um radiotransmissor, 20 carregadores para fuzil 762 e duas lunetas. O armamento estava enterrado em um tonel na localidade conhecida como Laboriaux.
Ao mesmo tempo, outra equipa de policiais localizava a casa do traficante Sandro Luis Amorim, conhecido Peixe, também preso na quarta-feira (9) tentando fugir da comunidade com a ajuda de policiais.
A mansão é de alto luxo e tem banheira de hidromassagem, aparelhos de ginástica, cozinha americana e um enorme aquário na sala.
Instalação de UPP ainda não tem data
Momentos antes de a ocupação começar, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, conversou com a tropa de 400 policiais do Bope. Beltrame motivou os policiais e disse que contava com eles para retomar o território por décadas dominado pelo tráfico. Os agentes e parte dos tanques da Marinha partiram do Batalhão do Leblon (23º BPM) com destino à Rocinha e ao Vidigal sob aplausos de moradores do Leblon, que se concentram na porta da unidade.
Cerca de 3 mil homens participaram da operação, com o apoio de seis blindados do Bope, 18 blindados da Marinha, quatro helicópteros da PM e três, da Civil. No total, mil homens das forças de segurança do Estado ocuparam as três comunidades, além de 194 fuzileiros navais, 160 agentes da Polícia Federal e 46 policiais da Polícia Rodoviária. A Polícia Civil participa com 186 agentes.
Depois do processo de retomada do território, as comunidades receberão a 19ª UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Estado. O efetivo e o número de bases operacionais da nova unidade serão definidos após reconhecimento do terreno pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora.
O governador Sérgio Cabral (PMDB), informou que policiais do Bope e BPChoque vão permanecer nas três comunidades até a implantação da UPP. A data para a instalação da nova unidade não foi informada pela Secretaria de Segurança. Em coletiva à imprensa no fim da manhã o secretário de Segurança José Mariano Beltrame disse que cronograma para a instalação da UPP será definido pelas tropas de ocupação.
Veja vídeos da operação:
Nenhum comentário:
Postar um comentário