Niteroiense do Barreto, Felipe se aposentou no final do Carioca desse ano, aos 32 anos, depois de defender a Cabofriense. Em seguida, começou a fazer um curso de Gestão do Esporte, quando conheceu o presidente do SG, Eduardo de Castro, e aceitou o desafio de profissionalizar o futebol do clube, que existe desde 2009.
“São Gonçalo sempre foi um celeiro de craques e merece ter um time profissional. A ideia é contar com o apoio da torcida em todos os jogos em casa, que serão no Campo do Cordeiro, em Santa Izabel. É um projeto muito bom que vai dar muita alegria aos gonçalenses”, disse Felipe, que vai ajudar na escolha de novos craques.
“A peneira será realiza em dezembro e vamos selecionar jogadores de idades entre 13 e 22 anos para formar a equipe profissional e de base. A escolha será no campo mesmo, com o desempenho de cada um. São Gonçalo tem a matéria-prima, que sempre formou jogadores de altíssimo nível, o que vai ajudar muito na montagem do elenco”, analisou Felipe, que passou em um peneira no Botafogo, quando tinha 15 anos, depois de passar alguns anos jogando no Friburguense (a sua família morou em Friburgo) .
“Sei como é difícil começar a carreira de jogador de futebol. Todo dia saída do Barreto para ir até Marechal Hermes treinar. Era um sacrifício, mas me dediquei muito e consegui virar profissional. A ideia é dar atenção aos jovens que serão selecionados para a base do SG Futebol Clube”.
Começo – Depois de brilhar nas divisões de base, Felipe ganhou a primeira oportunidade em 1998, quando foi lançado pelo técnico Paulo Autuori. No mesmo ano ainda estava no elenco que conquistou o Torneio Rio-São Paulo. Mas só em 1999, Felipe começou a ter mais oportunidades no Glorioso. Apesar da alegria de conquistar o seu espaço, Felipe teve uma grande decepção na final da Copa do Brasil, contra o Juventude, no Maracanã com mais de 100 mil espectadores.
“O grupo era muito bom. Entrei no Maracanã e fiquei todo arrepiado, quando vi a torcida do Botafogo. Sempre sonhei com aquele momento, era muita alegria mesmo. Porém, durante o jogo, o gol não saiu e a alegria virou tristeza”.
Problemas - As lesões começaram a atrapalhar a carreira de Felipe. Mesmo assim, continuou marcando muitos gols e foi convocado para a Seleção Brasileira sub-20, que disputou a Copa do Rei, na Tailândia. O Brasil contava com uma geração brilhante, com Ronaldinho Gaúcho, Julio César, Juan e Fábio Aurélio.
Felipe continuou no Botafogo até o início de 2002, quando foi emprestado para o Juventude. No clube de Caxias do Sul, o ex-atacante participou da brilhante campanha no Campeonato Brasileiro, sob o comando de Ricardo Gomes.
As contusões continuaram e Felipe voltou para o Botafogo, sendo dispensado logo em seguida. Desacreditado do futebol, o ex-atacante se aventurou no GBA da Bélgica. Porém, a vontade de ficar perto da família o fez voltar para o Brasil.
“Tinha que recomeçar a minha carreira do zero. Não tinha empresário e procurei um novo clube. Aceitei a proposta do Resende e, em 2004, levantamos o título inédito da terceira divisão do Rio”.
Em 2005, Felipe teve uma excelente passagem pelo Cabofriense. Em seguida, o seu novo desafio seria o Tupi, de Juiz de Fora. “Em uma entrevista para um programa de TV, eu disse que lutaríamos para ficar entre os quatros primeiros colocados. Todo mundo riu de mim, pois o Tupi sempre subia para primeira divisão e no ano seguinte voltava para a segundona. Mas, fomos muito bem e conseguimos ficar na quarta colocação, o que foi motivo de muita festa na cidade”.
Novamente em alta na carreira, Felipe foi contratado pelo Vitória de Guimarães, de Portugal, onde conseguiu a classificação inédita para a Liga dos Campeões da Europa. Em seguida, defendeu o Pontevedra, da Espanha. Voltou para o Brasil e, antes mesmo de estrear pelo Paulista, acertou um contrato de seis meses com o Liaoning, da China.
Em 2011, Felipe voltou para o Cabofriense para encerrar a carreira.
“Meu físico sempre foi muito bom, mas sentia muitas dores no joelho. Não consegui ajudar a Cabofriense, pois joguei poucas vezes”, contou ‘Tigrão’, fugindo da pergunta se um dia poderia voltar aos gramados pelo SG Futebol Clube. “O físico está bom, mas não sei. É um caso a pensar”.
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