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O segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro foi marcado por grandes desfiles, assim como foi o primeiro. Entre as agremiações que mais se destacaram estão a Unidos da Tijuca e o Salgueiro, que realizaram desfiles com grandiosidade e muitas surpresas. Nesta quarta-feira, o público saberá quem será a campeã do carnaval 2012.
São Clemente
O DNA irreverente da São Clemente marcou presença na abertura do segundo dia. Com uma proposta clara e sempre em alto astral,desenvolveu bem o enredo. Embora oscilando a qualidade dos carros, alguns muito bons e outros com acabamento mais simples, foi didática sempre. Bela ala de baianas e um destaque: a primeira ala de passistas sem fantasias, vestida de malandragem, linda de se ver. Harmonia teve um início com muitas paradas, quase uma marcha, e muita gente sem cantar. A escola subiu justamente na segunda parte, onde o canto se fez mais presente. O encerramento festejando o cinquentenário da escola foi contagiante. Bravo para a brava São Clemente.
União da Ilha
A Ilha confirnou o talento em ascensão de Alex de souza com carros e fantasias de extremo requinte e luxo. A escola apostou em muita interatividade das alas coreografadas, que dançavam sempre apelando para o público, ajudando a harmonia da escola. O samba foi cantado em toda a avenida, a bateria fez menos uso de suas bossas que o normal, mas deu seu show de sempre. A direção de harmonia destacou-se por atuar sempre com muita atenção e gentileza com seus integrantes, coisa rara de se ver: foram lordes ingleses mesmo! O enredo teve leitura fácil e a escola teria evoluído ainda mais não fosse o peso de algumas fantasias.
Salgueiro
O Salgueiro surpreendeu por não surpreender: fez um desfile apenas correto, embora tenha se juntado a Portela e Vila com as escolas que mais cantaram na Avenida. Renato Lage fez um trabalho mais rústico, fora de suas características. Se não errou, deixou uma sensação de que algo mais podia ser feita. A escola mostrou uma ótima evolução, apesar do nervosismo e um excesso de paradas no começo, chegando a formar alguns buracos. O desfile teve muita correção, mas em alguns momentos apareceu não empolgar o público. Lances isolados de inspiração e talento de Renato em carros como a barca da infantaria e a ala de lobisomens.
Mangueira
A velha Manga desceu o morro de arco e flecha pra caçar mais um campeonato, mas pecou em privilegiar tanto a animação e tão pouco o visual. Trouxe algumas das piores fantasias do grupo. Cid Carvalho lamentavelmente errou muito nas cores, criando um visual poluído e sem efeito. O acabamento eo material usado, em alguns momentos, beiraram o mau gosto. A comunidade mostrou seu fabuloso e já conhecido chão de escola, e a bateria terá sua eficiência julgada em função da prometida parada que se propos a fazer. É preciso calcular se fazer tantas passadas sem bateria com a escola já preenchendo toda a avenida näo deixa as últimas alas sem referência. Em dado momento, o canto atravessou tanto que a escola parou de cantar. O recurso foi fabuloso no início de desfile, mas prejudicou muito a harmonia depois. Emocionante por ser gigante, a Mangueira foi bem representada por sua velha-guarda, baluartes e velhas baianas (também com figurino pouco feliz). Enfim, cumpriu sua missão de trazer o virtuosismo dos blocos de empolgação, mas ficou devendo muito na parte plástica.
Unidos da Tijuca
Coube à Unidos da Tijuca a honra de de coroar e consagrar Luiz Gonzaga na Avenida. Num extraordinário caleidoscópio de cores e efeitos promovido por Paulo Barros, a escola não precisou fugir de seu DNA inventivo para tratar de um enredo mais conservador. Pelo contrário: mostrou fantasias e alegorias de extremo bom gosto e sofisticado acabamento, com leitura de enredo muito clara.Trouxe o toque de originalidade e criatividade que parecia faltar nos desfiles da noite.É forte candidata ao título e sobrou nos desfiles de segunda até aqui.
Grande Rio
Longe de encerrar a noite com a empolgação da Vila no domingo, a Grande Rio fez uma bela apresentação, com alegorias gigantes e muitas histórias de superação para emocionar os presentes. Em um ano em que muitas escolas mostraram martírios e assombros, o caminho de celebrar a fé a esperança, propostas pela escola de Caxias, foi um oasis. O público pareceu assistir sem muita interação ao desfile, que correu muito a partir da segunda metade. Algumas alas destoavam por não cantarem o samba e praticamente marcharem sob os olhares de seus diretores. Cahe fez um desfile com grandeza e porte como quem disputa um campeonato. A bateria e o casal de mestre-sala e porta-bandeira também foram muito bem.
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